PEQUENO PARDALINHO

Escuta-me pequeno pardalinho
que vives triste, quase solitário
nessa tua opaca gaiola onde te procuro,
sem te conseguir de lá libertar

Um dia…
Numa trovoada de esperança, cairão chuvas de libertações,
abrindo a tua gaiola entre outras que à tua são tão iguais

Quê? Que me dizes?
Não gostas de te molhar?
Envergonhas-te por não saberes falar nem cantar?

Nada importa!
Eu canto e falo por ti e cubro-te da chuva em mim
Faço esse Um dia ser já amanhã, mas tens de me ajudar

Sabes…
embora tenha penas, já não servem para voar
pela vida fora, deixei de as saber usar
foram as mágoas e o receio de as magoar

Mas faço de tudo para te ver bem alto,
todo emplumado, feliz no Céu de nosso mundo,
por ti e por mim,
tal normal anjo a voar

Aqui como B. de Batista Bastos
António Jorge Pereira Madeira

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