Senhor Doutor

Não ha quem endoide as moças
        Como os olhos d'um doutor.
                (_Cantiga coimbrã_).

Houve na aldeia viva sensação
Ao regressar o filho do morgado,
Que fôra para Coimbra de calção
E vinha agora bacharel formado.

Vae longe, olé, bradava o vozeirão
Do abbade. É só fazel-o deputado.
E as moças entre si: Que rapagão!...
... Doutor, tão novo... Deus seja louvado...

Chegou a casa e n'esse mesmo dia,
Foi visitar radioso de alegria
A filha da velhota que o creou.

E visitou-a tanto e tantas vezes
Que quando decorreram nove mezes
--O morgado da aldeia... era avô.

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