Abril

Enorme, arredondado, reluzente,
Como se fôra um olho de Titan,
O sol no azul olhava fixamente
A natureza lubrica, pagã.

E á luminosidade transparente
Do céu avelludado da manhã,
Um melro ia cantando alegremente
Uma canção brejeira e folgazã.

Nuvens de fumo tenues, vaporosas,
Evolavam-se em fórmas caprichosas
Das chaminés esguias dos casaes.

E em choreação festiva, galhofeira,
Ouvia-se nas bandas da ribeira
Um concertante alegre de pardaes..

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