Actos de humildade

O que os ventos me trazem
 
recolho em porções
 
de autenticidade
 
respiro até ao amadurecimento
 
da verdade
 
para que sirvas ao luar
 
mil actos de tua pura bondade
 
 
O que as noites me trazem
 
adormeço implorando
 
na gramática da humildade
 
toda a felicidade
 
temperada e colorida
 
na vagem dos tempos idos
 
 
O que os dias me trazem
 
unirei em fracções mágicas
 
como sobremesa da vida
 
acreditarei que o presente
 
hoje transborde horizontes
 
e desperte enfim
 
toda a essência
 
do amor que compartilhamos
 
amotinados nesta existência
 
 
O que a poesia me trás
 
são somente conivências minhas
 
abraçado a uma multidão
 
de carências
 
é tudo
 
no meio do nada
 
é esta coexistência num
 
pouco de tantos e de  todos
 
que me deleita
 
desculpando as culpas
 
da incompetência servil do mundo
 
 
O que resta em mim
 
são apenas actos de complacência
 
inalienavelmente  descritos
 
e embandeirados
 
no mastro do amor
 
sempre…sempre em convergência
 
cuidadosamente expressas
 
no altar onde subserviente
 
em conclaves nos amámos derradeiramente
 
FC
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