Em trânsito...
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 15 March 2015
Desabotoei de mansinho
as cores e o destino que desvanece
na tarde
lembrando o contorno de cada palavra
ouvida e sentida nas preces errantes
– Decorei um mundo de
perguntas que nunca fiz
arrastando as horas
até ao declive onde morre o tempo
elaborei todas as respostas
resvaladas num quadro a giz
irremediavelmente repetidas
tantas vezes interrompidas
pelo supérfulo e delirante estado
onde me perco a todo o instante
sem lampejos de admiração
nem improvisos ou rasgos
da razão
A cada instante aproveitei
somente o nascimento
desta poesia absoluta
fundi-me entre as essências
imperecíveis que bradam
inconfundíveis no verdadeiro
infinito onde repousa esta amnistia
Transitei liberto
nos oceanos de vida
plantei efemérides de acalmia
desdobrei soluços tristes
em lágrimas afrodisíacas
escutei todas a probabilidades
para que um segundo se torne
tanta eternidade e empatia
descrevi as rotas celestiais
onde moram minhas simetrias
efusivas
tantas vezes repensadas
tantas silenciosamente desenhadas
entre suspiros famintos
coexistentes,
naufragando
palpitantes assim devagarinho
à luz rara e insinuante
que imergindo de imortalidade a todos
longa e delicadamente contagia
FC
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Comentários
josé João Murti...
3ª, 17/03/2015 - 13:08
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Um bom poema de palavras soltas!
Senti-me dentro do poema, porque senti na alma o que ele dizia. Contudo, cada pessoa interpeta-o à sua maneira. Há uma visão e uma dor que só os poetas sentem. Cada arte sente a dor de forma diferente, penso eu... Obrigada pelo poema!
João Murty
Abraço
Frederico De Castro
3ª, 17/03/2015 - 13:50
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Obriagado pela mensagem
Obriagado pela mensagem
João. Somos diferentes
porém muitos iguais em transformar
o mundo através das palavras que nos saeim do coração
Um abraço
FC