Fim da linha

Fim da linha

 

 

Coitado de quem consegue,

Ao fim da linha chegar,

E não pode com decência,

Algo de seu arrecadar.

 

Sobram maleitas, rasgos de dor,

Tristezas infindas, sem par,

Corações tão destroçados,

Que se não podem curar.

 

Corre o amargo do fel,

Por essas mãos tão estreitas,

Nesses trilhos aziagos,

De vidas quase desfeitas.

 

Que vem deles tomar conta?!,

Que se vai importar?!

Que o frio que entra na alma,

Os pode vir a matar.

 

São gente de carne feita,

São filhos do mesmo ar,

A sorte virou-lhe as costas,

Não viram o sol brilhar.

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