Fim da linha
Autor: Machado on Tuesday, 12 May 2015
Fim da linha
Coitado de quem consegue,
Ao fim da linha chegar,
E não pode com decência,
Algo de seu arrecadar.
Sobram maleitas, rasgos de dor,
Tristezas infindas, sem par,
Corações tão destroçados,
Que se não podem curar.
Corre o amargo do fel,
Por essas mãos tão estreitas,
Nesses trilhos aziagos,
De vidas quase desfeitas.
Que vem deles tomar conta?!,
Que se vai importar?!
Que o frio que entra na alma,
Os pode vir a matar.
São gente de carne feita,
São filhos do mesmo ar,
A sorte virou-lhe as costas,
Não viram o sol brilhar.
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