Gracejos do sol
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 16 June 2015
Marquei o rumo num tempo
repleto de horas por galgar
Tranquilizei todas as tempestades
ponteadas na noite cansada
que se atreve a renascer
depois de repartir o vento
em suaves
cantos sulcando o leito
do tempo que se esvai
apressadamente disperso
em tons reverentes
onde por fim adormeço
em sonhos solicitando-te
decalcando no velho granito os mesmos
delitos esquecidos neste epitáfio
que se apressa tão implícito
– Recomponho-me amanhã
esperando discreto
que os gracejos do sol
iluminem minhas persistentes
angustias
Revivo pra sempre
cada palmo de vida
num favo de poesia que
adocica teu jeito escrito
em estrofes aliviadas de medo
desferindo errantes todas as palavras
vivificadas no meu silêncio
cada sonho comovido
atormentado de exuberância
onde as armas
são minhas palavras
e as alegrias nossas inúmeras
searas florindo tão ordeiras…desarmadas
– Lado a lado por fim
seguimos caminhando
ao compasso dos gracejos do sol
tão solenes
tão místicos
abraçando todo o verde da terra
aprisionados em sonâmbulas estrofes
fartando-nos intimos neste aroma a poesia
que por fim o infinito tempo anestesia
FC
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