AS MINHAS FLORES DE PAPEL

Autor: Carlos Alberto ... on Tuesday, 28 July 2015
AS MINHAS FLORES DE PAPEL
 
SANTEI-ME NUM BANCO DO JARDIM
VER O TEMPO PASSAR,
E SEM O MEU SENTIDO O QUERER,
PEGO NUMA FOLHA DE PAPEL,
E COM TODO O JEITINHO, DELICADEZA
ME POS A DOBRAR,
DOBREI EM DEZ, VINTE E PERDILHE O CONTO,
DE NUMERAR PORQUE EU SÓ QUERIA 
VER O TEMPO PASSAR.
E QUANDO CANSEI, 
TINHA UMA LINDA FLOR DE PAPEL,
E POR SINAL BRANCA, 
COMO UMA ROSA,
DE VIRGEM OU IMACULADA QUE ERA,
DEI-LHE UM NOME,
FLOR DE ROSA VIRGEM DO TEMPO,
FEITA DE UMA SIMPLES FOLHA DE PAPEL,
E SEM QUERER, NOUTRA FOLHA PEGUEI,
E A DOBREI EM DEZ, VINTE E PERDILHE O CONTO,
SIM, 
QUE PARA SE FAZER FLORES DE PAPEL,
NÃO INTERESSA QUE SEJA 
GRANDE OU PEQUENA, 
RICA OU VULGAR,
OPACA OU TRANSPARENTE.
BAÇA OU BRILHANTE,
O QUE INTERESSA É TER TEMPO
JEITINHO DELICADEZA E DOBRAR
E O SEU JARDIM,
COMO POR IMPULSO NO TEMPO NASCERÁ.
 
(CARLOS FERNANDES)
Género: 
Prosa Poética