Deve Servir
Autor: Paulo Sousa on Wednesday, 29 July 2015
Encosto com recompensa
Aberto sem recompensa
Relvas a correr com o vento
Sujo da terra em excremento
O Bicho da conta ao quadrado
Em árvore de planta de chá
Demasiado ocupado
No som do Um-dó-li-tá
Carrapato sentado
Nas raízes do relvado
O único foco de luz
Em excremento com pus
Cigarra cigana com viola ao peito
Ou formiga com tufos de oliveiras
Em lodo de relvado desfeito
Nas raízes ranhosas sem fronteiras
Pardal que toca daninhas
À procura da minhoca
Esqueceu-se das doninhas
Escondidas em sua toca
Baleia que abraça medusas
Nas algas da terra confusas
São pedras de ouro capilar
Em baba de camelo a andar
O voo do bicho do mato
Rasteja e salta na terra
Nas ondas da grama e um cacto
Nos trevos em nevoeiro de serra
Qualquer coisa deve servir
Em palavras de uma floresta
Até o musgo posso ouvir
Até me rastejo em giesta
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