Surrealista

Escala a naberius

O silêncio predominou novamente
O riso esmaece em seu semblante
A vontade não permaneceu
 
Tomado, estava, a vontade inferior
Sabedoria inferior
Vidas inferiores
 
Caminhou o trecho,
planejado e corajoso
Corajoso e tomado
 
Caminhou, não em vão
Aos gritos, sussurros
Liberdade e prosperidade
 

Largo dali

Passou mais um dia onde até de tempo são feitas as lendas
A mais um padeiro que de manhã faz notáveis merendas
Mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali.
 
Nesse nada de largo com casas sem tormentas
O cuco falso do relógio dá na parede umas horas lentas
A mais um relojoeiro que perdeu um parafuso pois vive no largo dali.
 
Passou mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali
Já sem espera, sem gosto e desgosto, sem queixume ou ardume

Lê ou morres

Acordei com desenhos de sangue no meu corpo,

Arranhões profundos, pele gélida, homem morto.

Corre para sobreviver, e vê como corres,

Cego que não quer ver, lê ou morres.

 

Angústia acumulada , sofrimento investido.

A música não me diz nada, vende-se ao ouvido.

Noite escura, calçada partida , onde quer que tu mores,

Serás sempre sem abrigo, portanto lê ou morres.

 

Tanto que queria tudo, que o tudo me deixou sem nada,

Amo-te tão profundo , mundo mudo sem palavra.

ENTENDA A SENDA

 

 

 

entenda a senda

quando tudo se tornar efêmero

despertando a venda

de todos sacrifícios

em sólidos degelos 

 

(e se houver intento de desatar

todos os laços e meadas

que se anelem aos berços

complacentes

as imagens lívidas de gesso)

 

entenda a senda

se forem apenas fagulhas

de fogo estiado

se escoando nas águas e ventos

sem margens ou rumo

 

(e se o sereno converter-se

em dunas

-de íngremes fronteiras

MAR DISTANTE

É um mar distante que avisto da janela, 
Caravela, barco, barca, retrato na estante! 
Com ele seguem as ondas junto com a brisa 
e se vai o sol no horizonte! 
Mar distante e que ‘dantes’ um errante navegante 
precisou navegar ‘dantes’ de viver! 

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