LYRA XVII.
Autor: Tomás António G... on Friday, 23 November 2012
Minha Marilia,
Tu enfadada?
Que mão ousada
Perturbar póde
A paz sagrada
Do peito teu?
Porém que muito
Que irado esteja
O teu semblante
Tambem troveja
O Claro Ceo.
Eu sei, Marilia,
Que outra Pastora
A toda a hora,
Em toda a parte,
Céga namora
Ao teu Pastor.
Ha sempre fumo
Aonde ha fogo;
Assim, Marilia,
Ha zelos, logo
Que existe amor.
Olha, Marilia,
Na fonte pura
A tua alvura,
A tua bocca,
E a compostura
Das mais feições.
Quem tem teu rosto,
Ah! não receia,
Que terno amante
Solte a cadeia,
Quebre os grilhões.
Não anda Laura
Nestas campinas
Sem as boninas
No seu cabello,
Sem pelles finas
No seu jubão.
Porém que importa?
O rico aceio
Não dá, Marilia,
Ao rosto feio
A perfeição.
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