Ecos em comunhão
Autor: Frederico De Castro on Monday, 31 August 2015
Ver-te neste sonho iluminado
é sentir a luz que reentra pela fresta
dos ecos quase impalpáveis
clareando aqueles dias originais
unindo-nos numa combustão
fraterna…quase Divinal
É a fome de minha’alma percorrendo
todas as artérias em coesão
rumo às alegrias que por lá
deixámos em comunhão
até nos deflagrarmos
numa perfeita cremação
É a poesia que transporto
nas cinzas do tempo
repleta de palavras fecundas
inundando cada instante
de amor
nunca antes inacabado
tragando-nos quase até
à festa de toda uma eternidade
perdendo-me eu por ti
virtualmente enamorado
É hora de acordar
minha’alma
abraçando-te numa
rima quase inacabada
sonhando-te meiga
prostrada
citando-te com beijos
de amor expressos
na omnipotência dos silêncios
hoje revelados em absoluto
É este o sacrifício no átrio da vida
impelido por uma saudade
derradeira
esboçada nos mais simples vestígios
ou presságios do teu ser
que fugiu
deixando-me perplexo de uivos
e alívios
teu intacto perfume
transpirando-me de assédios
que vivem desconcertantes
no teu encalço
embebedados
por tantos regateados queixumes
É tempo de resguardar
o que fomos neste
tempo lúcido que nos foge
tão óbvio
É este o fado
do destino cadáver
que segue paciente
neste quotidiano de impossibilidades
em desalinho e tão irreverentes
onde meu corpo não tem
mais lugar
e onde toda minha’lma
me deixa vagando
assim feliz
sem extravios …rumo a ti
pra sempre depois do madrugar
tu de vida toda me avivar
FC
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