ENQUANTO O PÓ SE ESPALHA

Atrás de mim se alonga o solo outrora andado, 
que meu caminho em terra escura e neutra encerra;
um chão que não reclusa em si amor ou guerra,
apenas marcas de um insípido passado.
 
Mas sei que a vida é dura, e dura é sempre a terra
onde o tesouro nosso está por Deus guardado;
porém, por minha mão, eu não o tenho achado
e o meu suor abranda o solo que me enterra.
 
Agora estou perplexo; a minha ação, inerte.
Num lado a glória triste, em outro a doce falha,
a qual me faz feliz, mas sem que me liberte.
 
Procuro a trilha certa, a via que me valha;
mas uma é de esperança, a outra orgulho verte.
Me jogo à terra e choro enquanto o pó se espalha...
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