Nos confins do tempos
Autor: Frederico De Castro on Friday, 9 October 2015
Ando só
em busca do tempo
que uma simples hora
me recorda
Ando ao longo deste
caminho, caminhando
percorrendo-me enfim
até aos confins do tempo
onde por fim me encontro
Perto de tudo
no fim de nada, sem escaramuças
ou palavras hostis
apenas envolvendo
tuas imaginárias noites
onde disputo louco
tomando de assalto
teu simples e breve açoite
Assim carrego nos braços
todos os ritmos que sacodem
meu mundo
abreviando cada sintonia
amena onde escrevemos
palavras no solfejo do amor
acelerando o coração
rumo a todos os encontros
deixados ali no epícentro
dos mesmos desenlaces que
gemem em cada verso
consumido-nos até à saturação
E assim
aos poucos
a cada milimétrico segundo
me deixo protagonizar
nos teus encantos
A cada imperecível momento poético
me transfiguro
nos teus abraços frenéticos
e feliz me regenero em
cada beijo onde solidificamos
eternamente cada acto heróico
sustentávelmnte renovado
indefinida e solenemente tão estóico
Em cada
etapa de vida, vivida num tempo auspicioso
viveremos mais efémeros
engrandecendo nossas emoções
administrando mil doses de amor
pela via feliz e mais parentérica
Esqueceremos todos os egoísmos
diluindo nosso olhares neste léxico
de pequenos gestos
onde pernoitam as palavras
domesticadas pelo meigo
sorriso da manhã estática
resumindo-nos os desejos
persuadindo-nos até reencontrar
a noite
dormindo em nós
em acurados e felizes gracejos
FC
Género: