Sem adiamento
Autor: Frederico De Castro on Friday, 13 November 2015
De tanto adiar
cada letra refugiada
em mim
despoletei uma repentina
onda de versos faustos
tragando toda a faminta
noite que se esgueira
extinta
a cada resposta adiada
no tempo que nos algema
tanto tempo
liberta e cada eco requinta
De tanto adiar
as tuas estações frutíferas
colhi nesta sementeira propícia
todas aquelas canções
trovando a doçura de uma salmo
às tuas sombras inebriadas
onde
me embebedo em castas
vindimadas com cachos de loucura
apiritivados no tempo
que hoje cessa na moldura da vida
De tanto adiar
o dia, até perdi teu
entardecer
deixei o sol morrer
ali pertinho
do poente onde nossos
beijos
tardando também morriam
como a luz que se esvai no
silêncio brisado
das palavras de amor
que pra nós sedentas
em maresias confidentes corriam
Não sei se tenho
mais que adiar o amor
soprando-o no teu ser
apetecer-lhe todo tua
integridade delicada
redundar
versando cada desejo
na eternidade do tempo
que faminto alegrias por ti
invento e cortejo
FC
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