De cor e salteado
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 17 December 2015
Algumas palavras
sei-as de cor
outras vislumbro-as
salteadas
no guião deste verso
enssopado no licor
dos teus beijos
Em palavras escorregadias
quebras meus silêncios
espelhados em cada lampejo
de amor
onde albergamos gestos
enfunados de paixão
guardados no cântaro
de cada fragrância, banhando
a pecularidade desta solidão
sempre, sempre…em ebolição
Soltei as palavras, qual incenso
sem as memorizar
Voei daqui, volatilizado
até me seduzir nos véus
da tua esperança
pernoitando no destino
dos teus braços
numa procissão de fé
em orações
fatalmente tão resignado
Ninguém mais viu
a alegria quando te acenei
minha euforia
Ninguém revelou teus sorrisos
quase hilariantes
Ninguém surpreendeu o silêncio
quando calei minha voz
só pra te algemar de vez
em nossas loucas simetrias
Todos viram outras
páginas de um fim
sem desfecho
num livro onde não
mais aconteço
pois da alma somente
vislumbro o eterno começo
da vida
conversando sossegada
ao sabor de cada verso onde
em ti cordialmente transpareço
FC
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