*A BELLA FLOR AZUL*

Quem saberá «signora» d'onde terá nascido esse bello lyrio branco?
     (Velha Comedia Italiana)

Eu não sou o fatal e triste Baudelaire;
Mas analyso o Sol e decomponho as rosas,
As rijas e crueis dahlias gloriosas,
--E o lyrio que parece o seio da mulher.--

Tudo que existe ou foi, morre para nascer;
Na campa dão-se bem as plantas graciosas,
E, um dia, na floresta harmonica das Cousas,
Quem sabe o que serei quando deixar de ser!

A Morte sae da Vida--a Vida que é um sonho!
A flor da podridão, o Bello do medonho
E a todos cubrirá o mystico cypreste!...

E, ó minha Sphinge, a flor pallida e azul no meio,
Que hontem tinhas no baile, e que trouxeste ao seio
Levantei-a d'um chão onde passára a Peste.

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