Viajante
“ Viajante…”
Como seguir, sem as estrelas, nuas…
Despidas do cosmos presente,
Na imensidão constante,
Na profundidade e incerteza…
Onde me coloco? Em que ponto?
No presente, no instante, na existência do espaço,
Na impotência, na ignorância, na crueldade,
Na eloquência…
Na inexactidão do espaço,
No conceito pré-concebido, que a sombra acolheu…
Jazem memórias no tempo,
Que a minha alma trancou,
Na cegueira, na hipnose,
No pensamento que voou,
O pendulo que me suspende,
A semente que me lançou,
Lembram-me vozes no ar queimado,
Que um cigarro abafou…
Voa o sémen elaborado, a lua que me embalou,
Leva no vento a voz contida,
Que para sempre, ali ficou…
E numa veia, corre o impulso,
Permanece a alma que o refinou,
Salta da pele, voa no espaço,
Este sentimento, que viajou.
Luís Ginja