Não sou

Sim, sou eu…

Sou eu que nada sou!

Sou eu, o destino é meu,

Sou eu a quem tudo dou.

 

E o que é que recebo?

Duas mãos gélidas de vazio.

Que vida é esta que não percebo

Por que nada tem brio.

 

Sou eu… E talvez não seja,

Nada mais serei então

Do que aquela a quem a vida beija

Com o sabor envenenado de Adão.

 

Já não sou eu, sou nada

E nesse nada afoguei-me.

Numa alma amargurada,

Depressa ao nada entreguei-me!

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