*A VALENTINA DE LUCENA*

Eu tambem já em tempos não distantes,
Fiz versos sensuaes e namorados,
Aos occasos de luz ensanguentados,
E á meiga e boa lua dos amantes.

E escrevi pelos albuns elegantes
Idyllios em papeis assetinados,
E, como a luz dos ponches inflammados,
Fiz odes ideaes e extravagantes.

Mas hoje emfim mudei, e inda ha bem pouco,
A diva por quem choro e vivo louco,
--A flor, a flor ideal das maravilhas...

A minha deusa de cabello preto...
Pediu-me, rindo, a graça d'um soneto,
--E eu mandei-lhe uma caixa de pastilhas!

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