Alma suturada

Minha alma resiste bravamente

com volúpia, tenho ela inteira suturada

sim, pelos momentos, múltiplas fraturas

as quais sofria durante esta caminhada

por vezes doem de mais, ardem 

queimam como se ali houvessem brasas

Escrevo meus poemas, as poesias

para desaguar… descarregar as sensações

as lembranças que ainda hoje ferem

corroem as minha entranhas

Como não tenho mais você… ninguém entende

ninguém sente como eu sinto essas feridas

Elas parecem rasgar… sagrar a pele

mas não deixam aparentes marcas…

nem sinais que marquem o meu ser

Mas saiba, tem horas dolorosas

que só escrevendo consigo dirimir a dor

dando lugar a paz interior e a sublimação

Queria poder te sentir… te beijar

me fundir a ti, num ato de loucura

e assim, extasiar em prazer

sentindo tua mansidão totalmente nua

(DiCello, 09/07/2016)

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