Quando Plantei um Poema

Quando consegui plantar um poema.
A terra ainda dormia, 
Até que de mansinho, ele nasceu.
Trouxe as cores da natureza.
A exuberância das flores.
Os perfumes almiscarados dos animais.
Trouxe uma amostra de sangue.
Um desejo de paz.
Não contente saiu por aí. 
Algumas vezes alegre
Outras vezes dizendo... 
Morri!
Quando consegui plantar um poema
Vi que ele não mais era meu.
Pois atrevido, a qualquer um se deu.
Deitou-se em cama macia.
Dormiu na rede.
Deliciou-se nos rios e em suas bacias. 
Não tinha mais cor nem raça. 
Era igual a todos, e tinha graça. 
Quando consegui plantar um poema
Vi que ele tinha voz de anjo 
Dominava as esferas dos sonhos.
Sua tristeza não passava de um dia
Então saiu por aí, distribuindo magia.
Nunca mais foi meu!
Foi de todos 
E de alguns por um dia.

 

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