A JANELA DOS OLHOS

O dia está tão triste, chove forte sem parar

Meu coração também tão triste, nublado, esta cinzento

Chove no meu olhar, lágrimas escorrem face à fora

Alagando e embasando todos os meus pensamentos



O sorriso sem jeito, sai de manso, já perdeu a graça

Nada faz sentido, é tudo estranho, não tem brilho

Meus passos se perderam, a sua voz desaparece

A garganta ouve meu grito, eco preso num gemido



Da janela dos meus olhos, vejo o estrago à minha volta

Placas indicam palavras mortas, planos destruídos

Sonhos sob escombros, procurando achar uma saída

Sem ruas, sem praças, sem flores, tudo um grande labirinto



E da janela dos meus olhos, vejo a dor procurando a esperança

Tentando se refugiar da ausência de você e dos teus traços

Para que o sol volte a brilhar e apague por completo

Do meu chão enlameado, todas as marcas dos teus passos.

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