A MEU IRMÃO AUGUSTO

    Léman azul, que, mudo e morto, jazes.
    Quanto és feliz! assim podesse eu sel-o!
    Nem a sombra dos montes, nem seu gêlo,
    De turvar tuas agoas são capazes.

    Minhas cartas inuteis de doutor
    Eu rasgaria, é certo, com prazer,
    Se eu podesse um dia vir a ser
    Dessas ondas, um simples pescador.

    Léman azul, nas agoas socegadas,
    Quantas vidas tu levas confiadas!
    Pareces ver meu mal, e escarnecel-o!

    Só do meu coração, ao alto-mar,
    Ninguem se quiz ainda sujeitar.
    Quanto és feliz! assim podesse eu sel-o!

Villeneuve, junho, 1896.

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