O Senhor, cuja Lei é sempre justa

    O Senhor, cuja Lei é sempre justa,
    Deu-me uma infortunada mocidade,
    Talvez para eu saber (o que é verdade)
    Quanto é bom ser feliz, mas quanto custa!

    Feliz de quem no mundo sem piedade,
    Encontrou alma que lhe entenda a sua,
    Que o mesmo é que ter na mão a Lua
    Tão longe n'essa triste Eternidade!

    Os meus dias passavam tristemente
    Quando encontrei o teu olhar ridente:
    Foi a bençam de luz da Mãe de Deus!

    Vaes deixar-me de novo, só na vida!
    Ao cabo de viagem tão comprida
    Talvez sintas mais perto os olhos meus!

Ilha da Madeira, janeiro de 1899.

Género: