Adeus a Constança
Autor: António Nobre on Monday, 14 January 2013
Vae o teu Pae andar ao sol de verão,
E mais á chuva e ao vento; e só depois
Poderá ter a colheita d'esse pão
Que semeou cantando ao pé dos bois.
Feliz que eu fui em te encontrar na vida,
Minha dôce Constança desejada!
Antes de vêr-te a ti não via nada,
Nem para mim a lua era nascida.
Tu vaes partir em breve com teu Pae
Por esse mar que tão piedozo está.
Não sêde amargas, ondas, mas chorae!
Vaes vêr campos em flôr que te conhecem...
E se a colheita se fizesse já,
Talvez na volta as ondas te trouxessem!
Ilha da Madeira, 1899.
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