Ao Mar (SONETO ANTIGO)

    Ó meu amigo Mar, meu companheiro
    De infancia! dos meus tempos de collegio,
    Quando p'ra vir nadar como um poveiro
    Eu gazeava á lição do mestre-regio!

    Recordas-te de mim, do Anto trigueiro?
    (O contrario seria um sacrilegio)
    Lembras-te ainda d'esse marinheiro
    De boina e de cachimbo? Ó mar protege-o!

    Que tua mão oceanica me ajude,
    Leva-me sempre pelo bom caminho,
    Não me faltes nas horas de afflicção.

    Dá-me talento e paz, dá-me saude,
    Que um dia eu possa emfim, poeta velhinho!
    Trazer meus netos a beijar-te a mão...

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