QUASE

Incomoda-me o Quase,
a sua inconsistência,
a sua fraqueza, a forma inquieta como se esconde,
o que podia ter sido e não foi.

Incomoda-me o Quase.
Quase fui.
Quase fiz.
Quase consegui.
Quase amei.

Que quase é este que nos tolhe o sentir,
e me rouba a plenitude do Querer.

Incomoda-me o Quase
e por quase me sufocar
descarto-o do meu sentir.

Quero a plenitude do todo,
o excesso da entrega,
a loucura do desejo,
a quase morte do êxtase.

Quero, não ter medo de sentir
não ter medo de ousar
ter alma e corpo e pele
para ser e para dar.

Incomoda-me o Quase...
Quase, não é suficiente .

©Graça Costa

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