O eu rio
O meu rio
Estão claras as águas do rio
Nelas me aconchego
Quando a memória de ti me alcança
Escondo-me debaixo de tamanha beleza
Num dócil e idóneo abrigo
Que é a esperança
As poldras repousam em águas cristalinas
Vislumbro o verde do campo
E o contraste das cores nesta primavera
Envergonhada entre a chuva e o sol
Estão claras as águas deste rio brando
As finas e formosas flores
São povoadas por borboletas de todas as cores
Os pássaros voam em bando
Pelo céu azul, trazendo ecos de saudade
Tempestades da alma devastam a minha calma
Queria ser como este rio
Que desliza por entre as duas pontes
E liga corações separados por lágrimas
Lágrimas por alguém que se foi
E era parte de mim e não voltará mais
Hoje no céu borda estrelas douradas
Envolve o arco-íris de harmonia
E o rio vai ao encontro do mar
Quem sabe, talvez assim como o rio
Um dia te encontre no outro lado a remar!
Zélia Neves