O Louco de Platiplanto
Autor: André Claro on Thursday, 31 August 2017
Eu conseguia ver o que havia sob o ralo.
Vermes, cabelos, espuma e escarro,
Esperma.
Eu tomava banho,
Coisa rara.
Mais um pouco
E o esperma cresceu sob a espuma
Do xampu ou do sabonete.
Havia cabelos lisos compridos
Em sua cara de Perseu.
Cabelos meus
Ou dela?
Minha menina caquética.
Com o esperma vieram os vermes.
Apanhei o rodo e dei neles,
Em vão.
A luz apagou ou acabou,
Tudo ficou escuro,
Como se eu estivesse no fundo
De minha garrafa vazia de Bourbon.
Acordei em minha cama,
Ao lado de Galileu e o homem biônico.
Uma mulher de branco entrou pelo quarto,
Sorrindo aos prantos.
Acho que era Cecília Meireles ou Simone de Beauvoir.
Ignorou-nos quando passou pelo corredor,
Jean Luc Godot.
Logo eu, o Cavalinho de Platiplanto!
Xinguei um pouco
E fui pastar.
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