Teus olhos mansos

Prendes-me na tua imensidão,

Criatura dos olhos mansos,

Em toda a complexidade

Dos teus defeitos tantos.

 

São belas tuas falhas,
Teus deslizes de perfeição contaminada,
Trazes tanto no teu tão-pouco
Que tuas virtudes são quase nada.

Ainda assim dou-me por perdida
Faço um puxo mal feito
Que me deixa nu o rosto
E os cabelos quebrando o peito...

Nesse teu tom outonal de castanhos vagos,
Teus olhos mansos elevam-me o ser,
Não fosse tão grande o sonho dos teus braços,
Não fosse tanta a vontade de te ter!

E tuas palavras mal ditas,
Tuas loucuras mal controladas...
Todo o mal de ti são brasas
Que vêm queimar minhas feridas!

Que louca sou ao ver-te assim
Com olhos doentes e fracos,
Não há outro começo,
Não há outro fim
Se não dentro dos teus olhos mansos!

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Bela poesia.