O desejo
Autor: batista_oliveira on Tuesday, 29 May 2018O desejo
Deixaste
na macieza
da epiderme
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O desejo
Deixaste
na macieza
da epiderme
Paixão não serve!
Paixão é fogo de artifício:
Explode!
Luz, som, brilho, beleza, cor…
Fumaça!
Paixão é artifício.
É superfície, planície…
É fogo que inflama os sentidos,
Queima a razão,
Chamusca o coração,
E deixa a dor.
Paixão não serve!
É mais do que encanto inicial,
O encanto que faísca os olhos
E provoca o incêndio
Que acende o coração.
Quando o coração acende,
A paixão não serve.
Ou nasce o amor,
Ou nada acontece.
Tenho tentado ser eu,
Fazer o certo,
Ser mais do que aquilo que, por vezes, consigo ou posso ser.
Pertenço a alguém que não me conhece,
Mas continuo a dormir na minha cama.
Não penso ter a pessoa certa para mim,
Porém,
Tenho a certeza que ninguém mais será melhor para ti,
Do que eu.
Pertenço unicamente a mim,
E tu nem imaginas o quanto me pertences,
É algo que precisas sem perceber que necessitas,
Eu.
Estaria agora do teu lado se um dia me olhasses,
E me visses.
E mais um lânguido sorriso
Desabrocha de suas faces
Murchas. Seu olhar exprime
A ânsia de sentimentos
Vorazes que perpetuam
Sua alma.
A chama da vela
De mais uma noite fria,
Faz brotar de teu olhar
uma lágrima,
De saudade dos velhos
tempos que não voltam mais.
A noite fria é sua única
companhia.
Porem seu sorriso novamente
desabrocha, no abraço
pálido do seu amado
que veio busca-la.
Sthefanny Milany (Ster Millany)
Revi-te numa fotografia
A preto e branco desmaiado –
Vi-te – e senti nostalgia:
Quem me dera poder ter-te tocado
Bem sei que fisicamente não estás,
Que nunca, jamais, seremos contemporâneos
Mas o cemitério onde o teu corpo jaz
Traz-me flashbacks instantâneos
E eu sei que contigo posso estar
Quando, em segredo, te chamar,
Quando um dia me sentir só, não deste mundo
Basta olhar-te nos teus olhos ternos
Que, nos meus, eles serão serenos –
E ter-te-ei a cada olhar, a cada segundo…
Cálice da Paixão, adormeces o meu pensamento triste que vagueia na noite insípida e silenciosa no carinho escravo do Amor.
Penso em Ti, temor, amor confuso no teu olhar ternurento, beijo o desejo eterno entorpecido!