A poesia é a minha arma

Crio balas com versos integrais
Um míssil de rimas banais metralhando
Cada estrofe assassina e marginal
 
Desarmo a solidão com flexas da paixão
Projéctil perfeito de calibre elevado onde sitio
Minha poesia tão letal nesta guerra sem quartel
 
Armo a culatra a cada palavra pronta a disparar
Esvaziando o tambor do lirismo onde miro cada
Verso engatilhado no silenciador da vida a calibrar
 
Tirei a licença de porte de arma e logo de seguida
Assassinei a semântica, sem lei qual munição devastadora
Descarregando palavras com uma precisão tão inspiradora
 
De rajada em rajada liquido o ódio que despoleta o
Silêncio em cada hipérbole alimentando a infantaria e a sintaxe
Deste combate feroz onde armo a esperança e a minha pontaria
 
Fiz o armistício do amor, neste exército armado da minha poesia
Munição que alimenta o detonante verso explodindo quase genocida
No hipérbato momento num brado heróico de paz assim renascida
 
E chegou a frota invencível com suas hipérboles atómicas
Navegando numa esquadra de versos armados até aos dentes
Pronta a bombardear a flotilha de contra torpedeiros e palavras tão latentes
 
Na tática do amor desfiro o golpe final ao desembarcar impetuoso
Asteando a bandeira da paz qual estandarte que se eleva da trincheira defensiva
Onde desarmo cada palavra insurrecta explodindo com tamanha retórica persuasiva
 
FC
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