IMPROVISO

 

Porque languida essa frente
Descai, quando a tarde espira?
Porque nesse olhar dormente
Tua alma ingenua suspira?

Porque? ai! porque? responde;
Que se amor do ceo procura,
Eil-o; em meu peito se esconde;
Vive, é teu, tens a ventura!

Verás como então brilhante,
Seduz, toma vida, inspira,
Esse teu bello semblante,
Que apenas hoje se admira!

Ilha da Madeira--Novembro de 1850.
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