_ANIMA MEA_
Autor: Antero de Quental on Thursday, 10 January 2013
Estava a Morte ali, em pé, diante, Sim, diante de mim, como serpente, Que dormisse na estrada e de repente Se erguesse sob os pés do caminhante. Era de vêr a funebre bacchante! Que torvo olhar! que gesto de demente! E eu disse-lhe: «Que buscas, impudente, Loba faminta, pelo mundo errante?» --Não temas, respondeu (e uma ironia Sinistramente estranha, atroz e calma, Lhe torceu cruelmente a bôca fria). Eu não busco o teu corpo... Era um tropheu Glorioso demais... Busco a tua alma-- Respondi-lhe: «A minha alma já morreu!»
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