_LOGOS_
Autor: Antero de Quental on Saturday, 12 January 2013
(Ao sr. D. Nicolas Salmeron) Tu, que eu não vejo, e estás ao pé de mim E o que é mais, dentro em mim--que me rodeias Com um nimbo de afectos e de ideias, Que são o meu principio, meio e fim... Que extranho ser és tu (se és ser) que assim Me arrebatas comtigo e me passeias Em regiões inominadas, cheias De incanto e de pavor... de não e sim... És um reflexo apenas da minha alma, E em vez de te encarar com fronte calma Sobresalto-me ao vêr-te, e tremo e exoro-te... Falo-te, calas... calo, e vens atento... És um pai, um irmão, e é um tormento Ter-te a meu lado... és um tyranno, e adoro-te!
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