_TRANSCENDENTALISMO_
Autor: Antero de Quental on Wednesday, 16 January 2013
(Ao sr. J. P. Oliveira Martins) Já socega, depois de tanta lucta, Já me descança em paz o coração. Cahi na conta, emfim, de quanto é vão O bem que ao Mundo e á Sorte se disputa. Penetrando, com fronte não enxuta, No sacrario do templo da Illusão, Só encontrei, com dôr e confusão, Trevas e pó, uma materia bruta... Não é no vasto mundo--por immenso Que elle pareça á nossa mocidade-- Que a alma sacia o seu desejo intenso... Na esféra do invisivel, do intangivel, Sobre desertos, vacuo, soledade, Vôa e paira o espirito impassivel!
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