Acordo de noite subitamente
Autor: Alberto Caeiro on Friday, 9 November 2012
Escrito em 7-5-1914.
Acordo de noite subitamente,
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora.
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...
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Comentários
ronilda davidlo...
3ª, 18/06/2013 - 14:36
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... A grandiosidade da
... A grandiosidade da pequenez
Madalena
3ª, 18/06/2013 - 20:22
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Muito lindo o poema! 7/5/
Muito lindo o poema! 7/5/ 1914 que honra pra nós poetas!
Henricabilio
3ª, 18/06/2013 - 19:16
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nem mesmo essa "cousa" do
nem mesmo essa "cousa" do tempo,
consegue derrotar os poemas imortais.
Abilio