Há poetas que são artistas

 

E há poetas que são artistas

E trabalham nos seus versos

Como um carpinteiro nas tábuas!...

 

Que triste não saber florir!

Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro

E ver se está bem, e tirar se não está!...

Quando a única casa artística é a Terra toda

Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

 

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,

E olho para as flores e sorrio...

Não sei se elas me compreendem

Nem sei eu as compreendo a elas,

Mas sei que a verdade está nelas e em mim

E na nossa comum divindade

De nos deixarmos ir e viver pela Terra

E levar ao solo pelas Estações contentes

E deixar que o vento cante para adormecermos

E não termos sonhos no nosso sono.Há poetas que são artistas

por Alberto Caeiro

 

E há poetas que são artistas

E trabalham nos seus versos

Como um carpinteiro nas tábuas!...

 

Que triste não saber florir!

Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro

E ver se está bem, e tirar se não está!...

Quando a única casa artística é a Terra toda

Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

 

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,

E olho para as flores e sorrio...

Não sei se elas me compreendem

Nem sei eu as compreendo a elas,

Mas sei que a verdade está nelas e em mim

E na nossa comum divindade

De nos deixarmos ir e viver pela Terra

E levar ao solo pelas Estações contentes

E deixar que o vento cante para adormecermos

E não termos sonhos no nosso sono.Há poetas que são artistas

por Alberto Caeiro

 

E há poetas que são artistas

E trabalham nos seus versos

Como um carpinteiro nas tábuas!...

 

Que triste não saber florir!

Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro

E ver se está bem, e tirar se não está!...

Quando a única casa artística é a Terra toda

Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

 

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,

E olho para as flores e sorrio...

Não sei se elas me compreendem

Nem sei eu as compreendo a elas,

Mas sei que a verdade está nelas e em mim

E na nossa comum divindade

De nos deixarmos ir e viver pela Terra

E levar ao solo pelas Estações contentes

E deixar que o vento cante para adormecermos

E não termos sonhos no nosso sono.

 

 

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Comentários

Como é prazeiroso ver a evolução de um poeta.