A PAZ

A PAZ

“A Paz é a Família a conversar”

José Maria Fernandes in “Pater Familias” de Ezequiel Alves Fernandes, Pág. 174

 

No primeiro dia de cada ano civil há duas solenidades, duas efemérides, a exigir de todos nós, principalmente daqueles que são cristãos, uma profunda reflexão. Nesse dia assinala-se o Dia Mundial da Paz e a Festa de Santa Maria, Mãe de Deus, da Igreja, Mãe da Paz.

O tema deste ano foi: “a boa política ao serviço da Paz.” Talvez a maioria não prestasse a mais pequena atenção à mensagem do Papa Francisco, num país onde se escreve muito e se lê pouco. Outros estavam envolvidos nos festejos do fim do ano com os olhares para os fogos de artifício ou gargantas a saborear champanhe, ou nas ressacas de noites mal dormidas.

Numa paróquia operária e das periferias da cidade de Setúbal assisti à Eucaristia do Dia Mundial da Paz, entre várias etnias.

O celebrante sem papas na língua debateu a mensagem do Papa Francisco e não nos deixou adormecer ou ficar indiferentes.

Dizia ele que durante a semana interpelou um paroquiano se ouvia e apreciava as suas homílias, tendo como resposta que só gostou da última, porque não falava de política. Mas saiba o senhor “que todas as suas minhas homilias são políticas.” Falar de política são ecos da nossa cidadania.

Um dos grandes males da nossa sociedade é não usarmos convenientemente esse instrumento, usar esse direito. Temos de falar de política e não de politiquices, separando o trigo do joio. A boa política é um instrumento que está ao serviço da Paz. Também as famílias, as comunidades principalmente cristãs, deviam estar sempre ao serviço da Paz.

O Papa Francisco na sua mensagem recorda uma testemunha fiel do Evangelho, o Cardeal Vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em 2002, que escreveu a “bem-aventurança do político”

Bem-aventurado o político que tem uma noção e uma profunda consciência do seu papel.

Bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia credibilidade.

Bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os seus próprios interessentes.

Bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente.

Bem-aventurado o político que realiza a unidade.

Bem-aventurado o político que está comprometido na realização duma mudança radical.

Bem-aventurado o político que sabe escutar.

A política é fundamental para construir a cidadania e assim vivermos em harmonia uns com os outros.

 A política deve guiar-se pelo respeito à vida, à liberdade, à dignidade da pessoa humana em todos os locais regionais, nacionais ou internacionais.

Todos nós devemos assumir o compromisso de sermos instrumentos de Paz. A Paz nasce no coração de cada Homem.

 

 

António Alves Fernandes

Aldeia de Joanes

Janeiro/2019

 

 

 

 

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