EXÍLIO EM GAZA (Versão para tradução)
Exílio em Gaza
Meu exílio esta em todos os lugares
Nas passagens, nos becos, nas praças, nos cantos
Obscurecidos pela violência ou pela morte
Rápida ou lente, na desesperança.
Meu exílio não é solitário, entra em meio ao abismo
Ao lapso, ao fato, a dor ao medo e a guerra
Meu exílio é de fato um pedaço da morte, da ignorância
Um culto a opressão e ao medo, está nas entranhas do meu ser
Em cada gota de suor, que a paz me rouba, é fétido e pútrido
Porque abriga os cadáveres daqueles que vejo, dos que amo
Ou simplesmente ignoro, por prepotência ou conveniência
Conforto, comodidade ou por pura displicência
Meu exílio é egocêntrico e lamentável
Eu vejo os que gritam, ouço as vozes da dor
Sinto o sabor acre da fome, a garganta que não é minha
Se estrangulando por falta de água, implorando por um pouco de paz
Em meu exílio, tudo se torna nada, porque tudo vejo e nada faço
Apenas percebo o que me parece dor, e a cor vermelha do mal
O amanhecer sombrio que se vai, deixando exposta mais uma noite de horrores
A poeira do chão que se mistura ao vermelho da dor, eu os vejo, eu os ouço lamentar
Eu os percebo rastejar por vida, lutar por amor, pedir perdão
Pelo pecado que não cometeram, eu fecho meus olhos
Regresso do exílio, levanto meus braços por meu mundo
Mas a cor do sangue, já manchou minha visão
Impregnou meu coração, já lacerou minha consciência
Faz parte de minha existência, a culpa sem dolo
Da minha desobediência para com a vida
E será sempre o amanhã da minha existência.