Escrevo
Escrevo no calor do momento,
No frescor das ideias,
Antes que esfrie a motivação.
Faço de conta que é novidade;
Trago à realidade
O que não passa de imaginação.
Conto o que me conta a cabeça,
O que me conta do que vê meu olho;
O que me contam ao pé do ouvido…
Se faz sentido, não importa.
Escrevo artigos para exportação,
Prazeres a serem dados a outras pessoas.
Se não lhe agrada, me entristeço;
Por ter-me lido, lhe agradeço!
Tomara poder fazer melhor…
Gostaria de escrever o futuro!
Para, quando você ler, parecer presente,
Um relato de coisas atuais.
Escrevo sentado
Para ser lido em pé, deitado,
Confortável…
Com o conforto de não levar a sério,
De não ter de ser preciso
E de poder ser ignorado.
Escrevo com modéstia e arrogância
Industrial e artesanal;
Com uma honestidade temperada pela falsidade
Afinal,
Quem disse que não
É falso o real?
Rodrigo Dias