Setembro
Setembro
Há um prenúncio de chuva
No perfume que a nuvem comprime
As folhas subtis das árvores
afagam suavemente o solo
pintando de cor a calçada
O vento do Norte
Mima com beijos suaves
As folhas que perderam a cor garrida
Num delírio enfraquecido do verão.
Ergue-se setembro
As estradas dos meus sonhos
Reabrem-se dentro de mim
O vento traz o fresco às madrugadas
A brisa baila por entre os campos
E eu sentada no banco do jardim
De olhos pousados nas últimas rosas
Com minhas mãos trémulas
Procuro meu raio de sol envergonhado
Daqui a pouco cai a tranquilidade da tarde
E eu aqui estou...
Vivo e vou-me lembrando de ti com saudade.
Solto o suspiro que não está preso a nada,
Para o regalo do meu coração
Mergulho meus pensamentos nas águas tranquilas do rio
Deixando que flua livre o curso das suas águas
O silêncio é a medida do tempo vivido
Nesta paisagem à volta do meu rio,
Tudo é melancólico e o tempo recolhido.
Venho aqui à procura dos afagos do vento
Teu carinho e ternura, eu relembro
Urge em mim a saudade…
Neste dia calmo de setembro!