Ao fundo - o real
Ao fundo – o real
Esbatida a veia da singularidade, um forte âmago de querer controlar a perversidade das flores e contudo nas esquinas dos edifícios; a surpresa do tudo e do nada, mesmo que com sete chaves do céu, um manto luminoso que dita cuidado; se mostre por fim e austero e castrador!
O culto da mulher envolto em pergaminho e num só punho fechado envolto em violetas e safiras; oferecido ao infinito e fim das solidões …
Era tempo de centrifugar os sentidos e sentimentos, dando uniformidade ao palpitar das cores da natureza e esperar um qualquer abstracto no ser de cada um!
Dor e esplendor; a queima da factualidade pelo gosto da vida e o lutar desenfreadamente como quem bebe a resina das arvores para purificar o sangue esperando um amanhecer mais claro!
O rosto de um deus nas vértebras, candelabros nos braços, raízes na língua, corpos no corpo e virgulas apenas na finalidade de um dia…
Era terra, era mar era pura e simplesmente um gosto apagado de ver sorrir os pássaros e ouvir cantarolar a alma das gentes e dos povos!
Bartolomeu R. Costa Cabral