Silêncios indesvendáveis
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 28 October 2021
Desancorada a luz flutua ao longo do horizonte estático
Analógicos são os silêncios fluindo no poente algo enigmático
Só um estóico e obstinado sussurro adormece além subtilmente profilático
Desencaixotado o tempo liberta cada hora resoluta e inabalável
A saudade desempoeira um gomo de solidões genéricas e inevitáveis
Na melancolia de uma prece nostálgica fervilham palavras tão inolvidáveis
Sinto e saboreio a gastronomia das memórias famintas e imperscrutáveis
Farto-me de divagar ao colo das maresias secretas, inconcussas e irrefutáveis
Cada luminescência inexorável fecunda mil silêncios tão indesvendáveis
FC
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