Palhaço
Minha sombra clareia a escuridão
As luzes do palco focam em mim
O show do palhaço mentiroso
Por baixos dos panos está a verdade
Literalmente atrás das cortinas
O malfeitor de todos guerreiros.
Não tente decifrar este enigma
O aparato cognitivo te impede
A sensibilidade está acima da razão
Quem é o palhaço? Qual é a verdade?
Minhas ideias são caixas de metonímias:
Secretamente fechadas em paradoxos
De metáforas indulgentes.
Versos dançando como um baile
Despeço-me de mais um poema falho
Não era isso a ideia inicial, nem mentira
Nem verossímil e engraçado.
Cortinas e órgãos abertos: corpo
fechado contra minha alma.
Vamos rir da palhaçada
Do palhaço contraditório
A lágrima e sua dor é um chiste
Para a sociedade
Sua maior piada será ser sincero
E ninguém chorar de pena.