Voando nas palavras
Autor: Reirazinho on Wednesday, 24 August 2022
Minhas trevas afogam-se na língua,
Angústia da sede que se confisca,
- Sendo lânguido na taça da míngua,
Tomo tormento pelo qual à risca.
Obstetra: sempre opero na má-língua,
Palavreado da noite se pisca,
Na lua brilha a doce pasilíngua,
Assim trovo a sede que se petisca.
Morcegos sobrevoam boa sorte,
Nas asas da escuridão bastam-se,
E a mim, rastejo nas lamas da morte.
Na caverna voo por ser tão forte,
Sou a verdade tenaz; ajustam-se
Nos medos das bússolas e sem norte.
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