Mataremos a morte

Permites tua folha cair da relva,
Rastejes vossa foice no submundo,
Na aflição acomete-se plebe selva:
Hades — trono do sórdido inframundo.

Sê Cronos: devores a tua pelta,
Alma morta no terreno profundo,
Encontra sem escudo lá no delta:
Naufragando na terra-moribundo.

Faz estremecer o caos da serra,
Faz-te vir para malograr na terra,
Dona das fúnebres noites algozes.

Matar-te é trazer o que te ferra,
Destruir-te é a missão que berra,
Tomes o que te envenenam: as vozes.  

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