As larvas do meu corpo

— A necrocitose dos micróbios,
como chamo os meus vermes.
São perfidamente enclausurados,
abaixo dos pelos eles corroem,
e diante aos olhos, abre-se a chaga.
 
A nojeira é toda ingênita,
perscruto na miíase os meus filhos;
afagando-os com os dedos vis,
toco na podridão com amor.

O defunto que perece por querer,
amante da decomposição.
Sendo o pastor da morte,
rezo pela larva afoita,
malograda por fome e viva
pela sua autenticidade.

 

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Comentários

caramba este texto parece uma HQ de zumbis se arrastando 

Obrigado. Sou fã de HQ's.