Fait accompli

Consumou-se a noite num carrasco silêncio redundante e supérfluo
Tão melífluo quanto aquele breu perdido no cardápio do tempo dulcífluo
Tão pérfido quanto um lamento permutado por angustiantes uivos impudicos
 
Consumado o tempo alimentou as entranhas desta solidão indulgente
Amamentou e engravidou cada palavra abarrotada de sussurros urgentes
Escorregou entre as ladainhas de mil serenas gargalhadas quase dissidentes
 
Consumou-se cada segundo que além jaz belicoso senil e tão renitente
Pousa no cenário dos silêncios celestiais, onde se tatua cada prece paciente
Onde cada hora hemorrágica se esvai dissoluta, violenta e tão estridente
 
FC
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